quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Só hoje, apenas hoje.


                6:00 a.m. Me deixa mais cinco minutinhos. Me deixa dormir mais a vida inteira, me deixa no quentinho da minha cama, no vazio da minha solidão. Não, espera. Melhor não. Levanta, penteia esse cabelo, passa um corretivo pras olheiras, passa aquele perfume que você adora. Coloca aquela blusa que mostra o teu ombro e sai de cabeça erguida. Mais um dia, colega, mais um dia sem você. Só hoje, apenas hoje.
                Deixa a chave debaixo do tapete. Coloca os fones de ouvido e encara o mundo com o nariz em pé. Metida sim, antipática, também. Mas só hoje, apenas hoje. Resolve tudo da sua maneira, como bem entender. A vida é sua, o amor também. Eu só queria te esquecer. Eu só queria deixar de te amar, só hoje, apenas hoje.
                Tava tudo muito bem, não tinha sequer cruzado com você nessa nossa cidade tão pequena e eis que surge, com um violão pendurado nos ombros e segurando a mão do seu irmão. Guarda o violão no carro, vem me cumprimentar. Tô atrasada, desculpa. Tô sem tempo pra mim, sem tempo pra você, sem tempo pra nós dois e sem tempo pra te encarar, olho no olho e admitir pra mim mesma que o que eu sinto é amor mesmo. Mas só hoje, apenas hoje.


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